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Eu vou ser o centro das atenções?
Quando eu imaginava uma gestação pra mim, pensava num momento sereno.
Um verdadeiro panfleto Hare Krishna cheio de jardins, amigos pulando e alguém tocando violão pra galera deitada na canga.
No meio desse cenário, estaria eu.
A grávida mais paparicada do século.
Sentada num cristal gigante e gargalhando enquanto passo a mão na barriga.
A realidade não perdoou. O ano é 2021.
Pandemia. Bolsonaro. Tristezas.
A gente está vivendo uma pandemia, enquanto a cadeira presidencial do Brasil é ocupada acidentalmente por um bufão decrépito que travou uma batalha pessoal com a única luz no fim do túnel: a vacina.
É muito estranho e dicotômico estar plena e gerando uma vida dentro de mim, enquanto o mundo lá fora desaba.
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