Camiseta pra mim e body pra Tarsila.
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- 19 de fev. de 2021
- 1 min de leitura
Quando eu imaginava uma gestação pra mim, pensava num momento sereno.
Um verdadeiro panfleto Hare Krishna cheio de jardins, amigos pulando e alguém tocando violão pra galera deitada na canga.
No meio desse cenário, estaria eu.
A grávida mais paparicada do século.
Sentada num cristal gigante e gargalhando enquanto passo a mão na barriga.
A realidade não perdoou. O ano é 2021.
Pandemia. Bolsonaro. Tristezas.
A gente está vivendo uma pandemia, enquanto a cadeira presidencial do Brasil é ocupada acidentalmente por um bufão decrépito que travou uma batalha pessoal com a única luz no fim do túnel: a vacina.
É muito estranho e dicotômico estar plena e gerando uma vida dentro de mim, enquanto o mundo lá fora desaba.
Lá fora o caos.
Aqui dentro de mim, a paz mundial.
- 15 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Tenho variado entre me achar muito feia e engraçadinha. Meu corpo está bem disforme.
A bunda me faz parecer da família Kardashian.
Os peitos estão ainda maiores que a bunda.
Os culotes da minha avó colaram aqui em mim.
Mas a barriga é o que mais me incomoda.
Bem, é preciso dizer que sofro de distúrbio alimentar por conta da ansiedade e da depressão. Tenho que dizer essa frase no presente porque quem tem esse tipo de problema, tem que viver atenta.
Isso não se cura. Se controla.
Eu sempre me achei gorda.
Quando pesei 43 kg me achava gorda. Quando pesei 60kg, também.
Na mesma intensidade.
Minha sensação é que não consigo enxergar de verdade meu corpo no espelho.
Às vezes tento contornar minhas formas no vapor do box para entender qual o meu tamanho real.
Sempre me assusto.
Posso estar com 30% ou 7% de gordura.
Não importa. Sempre esmago minhas bordinhas muitas vezes por dia.
Eu me incomodava com a barriga mesmo quando fazia dieta low carb e treinava 2 vezes por dia, imagine agora que acordo de madrugada pra comer...
Sinto que a minha barriga não é redondinha, sabe?
Só enxergo a pochete crescendo por cima do ventre propriamente dito.
Tenho também certa dificuldade de entender o que é fome. Quem já viveu um quadro de anorexia deve me entender. A gente treina tanto nosso cérebro pra não sentir vontade de comer que acabamos perdendo essa capacidade.
Não sei se é cólica, vontade de ir ao banheiro ou gases. Às vezes, preciso ouvir minha barriga roncar para concretizar que é fome o que estou sentindo.
Aos poucos, tenho melhorado essa percepção e cada vez como mais.
Engravidei pesando 48kg.
Já estou com 54kg.
6kg em 4 meses.
E agora? Tá certo isso?
Existe uma barriga de grávida ideal?
Devo aceitar as formas redondas que meu corpo tem revelado ou controlar esse prazer que a gestação me proporcionou?
Comer está mais gostoso do que nunca.
Não lembrava o que era isso há muito tempo.
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