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  • 7 de jan. de 2021
  • 1 min de leitura

Atualizado: 18 de jan. de 2021

Eu nunca quis ter filho.

Jamais direi pras minhas amigas que têm a mesma concepção que eu sempre tive as coisas medíocres que eu tive que ouvir.


“Calma. O seu instinto materno vai aflorar mais cedo ou mais tarde”.

Instinto materno de cu é rola. Já faz tempo que saímos das cavernas pra sermos reféns de hormônios e úteros esfomeados.


“O relógio biológico vai tocar.”

Só me falta o papo de Eva e Adão. Relógio biológico é teu cu.


“Quando aparecer o homem certo você vai querer”.

Isso só funciona pra mulheres que querem viver a maternidade não-solo.


Acho que, na verdade, eu sempre fui esse tipo. Com tempo e terapia, entendi e comecei a verbalizar claramente que teria filhos com um cara que eu tivesse compatibilidade absoluta. Alguém que eu acreditasse que exerceria uma paternidade ativa. Que eu quisesse compartilhar a criação e a educação de uma criança nesse mundo louco.


Mas achava mesmo que esse cara nem existia.


A vontade bateu quando conheci o Bruno. Me deu vontade de descobrir como seria um serzinho metade eu, metade ele. O que vai ter de mim nele? O que vai ter dele?

Fiquei curiosa com a jornada louca. Com o tal maior amor do mundo. Com o Bruno pai.

Ele também.

Por isso decidimos nos jogar desse abismo sem paraquedas, com a esperança de criarmos nossas asas.


Não vou dizer pra nenhuma amiga: tenha filhos.


Só posso dizer que nunca vivi nada parecido até agora. E olha que eu já vivi muita coisa nessa vida, viu?


O bagulho é louco.

  • 31 de dez. de 2020
  • 1 min de leitura


Ai filha, cuidado pra eu não te estragar do tanto que eu vou te amar.

Seu pai, então. Vai ser um descontrole de amor.

A Doce de Leite, não sei nem dizer. Vai dormir do seu lado o dia inteiro.

Prepare-se para cansar de tanto amor.

  • 30 de dez. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 26 de jan. de 2021

A Argentina legalizou o aborto e eu sou só felicidade.

Como é potente estar grávida e defender o aborto legal.


As mulheres estão abortando. Quer você queira, quer não.

Na época das nossas avós, usavam talo de mamona.

Na das nossas mães, cabides de arame.

Agora, Citotec.


Em comum entre elas duas coisas:

1. Muitas morrem tentando.

2. Elas continuam abortando.


Você não controla o útero de uma mulher. Se ela quiser abortar. Ela vai abortar.

Legalizar o aborto inclui uma série de medidas governamentais como apoio psicológico à mulher. Ela pode estar só confusa ou até sendo obrigada pelo “parceiro”. Por isso, a legalização não deve refletir no aumento de interrupções voluntárias da gravidez.


Então, por que eu defendo o aborto legal sendo que decidi prosseguir com a minha gestação?


Sou uma mulher branca, de classe média e que estudou nas melhores escolas de Brasília. Tive educação sexual, biologia e filosofia de alta qualidade durante toda minha formação.

Minha mãe me levou ao ginecologista assim que menstruei e automaticamente comecei a tomar pílulas anticoncepcionais.


Não podemos pautar a discussão sobre o aborto por mulheres com o meu perfil. A realidade é outra. As meninas e mulheres da periferia estão engravidando porque não têm o pacote básico de educação e acesso aos métodos anticoncepcionais.


Educação sexual para decidir.

Anticoncepcionais para não abortar.

Aborto legal para não morrer.


.


Se homem engravidasse, esse assunto jamais seria um tabu seria possível abortar em qualquer clínica de esquina.


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